Avançar para o conteúdo principal

O Patinho que grunhia (toda a história)

Como a história não estava a ter boa aceitação por parte da sua única cliente, optei por uma reformulação de registo.
Cá vai, O Patinho que grunhia em versão expresso:


A mamã pata pôs três ovinhos. Deles saltam três patinhos; o mano pato, a mana pata e o patinho. A mamã ficou feliz e pediu-lhes que falassem. O mano pato fez – Quá! Quá! – A mana pata fez: – Quá! Quá! – O patinho abriu o bico e fez: – Óinc! – Aí Jesus! – Disse a mãe pata. – Não pode ser patinho. Tens que falar como os teus manos.

Passaram dias e chegou a altura de os patinhos irem para a escola dos patos. Lá, o professor pato perguntava e os patinhos respondiam. O mano pato respondeu – Quá! Quá! – A mana pata respondeu: – Quá! Quá! – O patinho respondeu: – Óinc! – Aí Jesus! – Disse o professor pato. – Vai-te embora. Vai-te embora. Tens de falar como os patos. A situação era difícil para o patinho. Quando começou a escola de música, o patinho achou que ia ser aí que iriam gostar dele. A professora pata, grande grasnadora, ensaiava os patinhos. O mano pato cantou – Quá! Quá! – A mana pata cantou: – Quá! Quá! – Eo patinho cantou: – Óinc! – Aí Jesus! – Disse a professora pata. – Vai-te embora. Vai-te embora. Não podes cantar com os patos.

Foi o fim. O patinho, triste triste, foi chorar para a margem do lago. Chorou, chorou. E com tanto choro, não viu uma menina que se sentou ao lado dele e lhe perguntou: – Que tens patinho lindo? Porque choras? – O patinho sabia o que acontecia quando abria o bico. Ficou calado e apenas abanou a cabecita de um lado para o outro, negativamente. – Vá lá. – Insistiu a menina. – diz-me o que tens. – O patinho não queria mas lá fez: – Ónic. – A menina não disse ai Jesus. Deu-lhe um xi e disse: – Deves ter algum problema na garganta. Abre a boca. Anda lá, não sejas medroso; não te faço mal. – O patinho abriu a boca e a menina Exclamou: – Já estou a ver o que tens! Não te mexas. – Com muito jeitinho, meteu dois dedos no bico do patinho e de lá do fundo da garganta retirou uma palhinha. – Vês patinho. Era esta palhinha que não te deixava grasnar. Deve ter entrado para a tua boca quando saíste do ovo. – A menina pedia-lhe que falasse. O patinho dizia que não com a cabeça. A menina insistiu. O patinho encheu-se de coragem, abriu o bico e soltou um grande… QUÁ!

– Boa patinho! eu sabia. Anda vai contar à tua mãe e aos teus manos. – O patinho deu um xi de pato à menina e correu para os manos que brincavam.

(Como tão bem dizem os brasileiros). Vitória, vitória! Acabou a história.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Comentário ao livro: 'Um Discurso Sobre as Ciências', de Boaventura Sousa Santos

Este e outros títulos disponíveis em: www.lulu.com NOTA IMPORTANTE: Tenho reparado nas visitas assíduas que este post recebe. Notem por favor que o comentário é pessoal e interpretativo, isto é, esta versão tem, para além da análise ao texto, considerações de minha lavra, deixando por isso de respeitar o espírito do autor. Agrada-me bastante que leiam o post e o refiram, mas por favor, ressalvem a sua natureza pessoal e possivelmente arredia do rigor e sapiência com que nos brinda Sousa Santos. Se mesmo assim for importante à vossa pesquisa, há um e-book disponível para download em: www.lulu.com/zigurate . p az. Resumo Reflexão sobre o pensamento e método científicos. Aborda o pensamento vigente, identifica pontos de ruptura e aponta uma nova forma de encarar a ciência e fundamentalmente, uma nova perspectiva da dualidade ciência natural / ciência social. Comentário Este texto procura mostrar ao leitor a evolução do pensamento científico desde a sua primeira revolução, ...

Saudade

Se há palavras portuguesas, saudade é seguramente uma delas. Para A Enciclopédia, edição do Público, obra planeada e realizada pelos Serviços do Departamento de Enciclopédias e Dicionários da Editorial Verbo, Saudade é nf Lembrança, suave e triste ao mesmo tempo, de um bem do qual se está privado; pesar, mágoa que nos causa a ausência de pessoa querida; nostalgia; pl (fam.) cumprimentos, lembranças afectuosas a pessoas ausentes. O dicionário da Porto Editora, na sua 7ª Edição de 1994, define Saudade como s. f. melancolia causada por um bem de que se está privado; mágoa que se sente por ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou acções; pesar; nostalgia; pl. cumprimentos a uma pessoa ausente; lembranças. O dicionário Universal da Língua Portuguesa On-line da Texto Editores, define Saudade (do ant. soedade, soidade, suidade do Lat. solitate, com influência de saudar) como s. f. lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de a...

O zigurate

Pedi-te que me mostrasses o teu zigurate. Correspondeste, e com um "Estou ansiosa", chutaste a bola para o jardim. Do lado de cá, ainda tentei usar o mês de Agosto como desculpa para não o fazer. No entanto crescia a necessidade de escrever, o tempo é pouco, eu sei, mas isso não pode ser razão para deixar de escrever. Apercebi-me que o blog tem mais de dois anos, que começou pequeno, com uma ou duas linhas, a espaços. Foi crescendo e continua pequeno, visitam-no poucos, lêem-no ainda menos. Nem tudo é mau, os anúncios google já renderam USD 4,42, e apenas em quatro meses; não trabalhes, não. Tem mais de dois anos e desde o primeiro post que me perguntam o que é o zigurate, o meu, porque o do Iraque já conhecem. O zigurate é um edifício mental, construído para reforçar a confusão e manter viva a chama. Vês? já está. Sempre lá esteve, era só ler; posso dar esta explicação como terminada e ir para a cama, que me espera uma semana demoníaca; pouco mais terei a acrescentar ao meu ...