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Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2007

Culottes

Vivemos uma Belle Époque. O fim do século das luzes trará, é nossa convicção, um novo século de paz e prosperidade jamais vividas. A nossa bela capital, Paris, o centro do mundo civilizado, marca a força das nossas convicções. A torre, o gás, os carros e os aeroplanos dão, à grande cidade, uma acrescida superioridade tecnológica, um vértice de desenvolvimento que a há-de levar, pioneira, para lá do limiar do futuro. Uma nova mentalidade voga pelas mentes iluminadas dos nossos políticos, industriais e comerciantes. Implantada a república e afastada definitivamente a comuna, a cidade goza os prazeres materiais conseguidos pelo progresso técnico, pela industrialização, pelo comércio ultramarino e pela paz europeia, mas também os consentidos graças à redução da influência da igreja na sociedade, à abertura do povo francês a outros povos e culturas e a um renovado gosto pela vida e pelo belo, que desponta do facto de termos as mais belas e as melhor apresentadas mulheres da Europa. É nessa

Carta a Saddam

Caro Saddam, Desde o dia em que te quebraram a espinha, muitos outros viram, também, encurtadas as suas vidas. Morreram às mãos de assassinos, foram explodidos, esfaqueados, gaseados, mutilados, violados e mortos, atropelados, cilindrados, baleados, cortados. Demasiados foram executados por crimes que lhes foram imputados, perderam-se em acidentes de viação, ou aéreos, ou navais. Outros caíram e não resistiram, outros fizeram grandes golpes nas carnes ou saltaram de pontes e sucumbiram a um desejo tormentoso. Muitos morreram antes mesmo de nascer e tantos, tantos a quem a tão tenra vida foi arrancada por fome ou ‘malárias’, faz dela, a vida, uma coisa aparentemente inútil; banal. Tantos foram os que se foram, de tão variada forma, que rapidamente passaste a ser mais um, lá no meio dessa outra humanidade que procuramos esquecer. Outros porém partiram a seu tempo, deixando semente e memória, e esses, talvez inexplicavelmente, são os mais chorados e lembrados. Pois, porquê Saddam, porquê

Desculpa, mas…

Podia jurar que te vi chorar Podia jurar que foi por te amar Não me vi chorar nem poderia Porque a minh’alma ficou fria Se por amar te faço chorar Se por amar a alma me gelar Vou amar-te mais, tudo que puder Tudo o que o teu corpo quiser Tudo que a tua alma abraçar Para não mais te ver chorar

De volta à terra...