O tempo, a experiência e a destreza fizeram do homem um pescador exímio. Após a reforma do pai, passou a comandar a companha de irmãos. Todos encararam esta usurpação como algo natural, dado que, andava ainda o pai no barco, e já era ele quem escolhia pesqueiros, avaliava marés, antecipava borrascas; igualmente o que negociava preços de iscas e cabazes, aparelhos e combustíveis. Depois da tragédia com o barco do Zé Russo, de que só um caixote foi encontrado, obrigou os irmãos, e ele, a vestirem coletes salva vidas e a, no sossego de uma enseada, deitarem-se ao mar, barco virado e tudo, como treino para horas mais difíceis. A sua companha era a mais bem sucedida. Peixe, muito peixe, graúdo e variado, levantaram, àquela família, o jugo pesado do armador. Compraram barco e aparelhos; eram livres. À tarde, enquanto se remendavam as redes, calafetavam os barcos ou simplesmente se bebia vinho por entre batidas de sueca, o homem contava histórias. Todos os dias contava uma diferente. Todas so