Há 39 anos, uma jovem, cansada de chorar e de se contorcer com dores e pavores, dava à luz, soltava para o mundo, o seu primeiro filho. Passada a comoção, descansadas as carnes doridas, olhou o menino e sentiu que era só seu. Ainda hoje diz não conhecer bebé mais bonito que aquele que, tão moça, segurava nos braços. Pena foi que tivesse degenerado, para agora ser o que se não conhece e parecer exactamente o que é. Percorridos 39 anos, com um passado que apenas pode lamentar e um futuro que o tem indiferente, vive o presente para quem, com ele, o presente vive. Nos braços habitam futuros, na cabeça o desespero, no coração o amor universal, com cantinhos para os presentes.
um edifício mental construído para manter acesa a chama e reforçar a confusão