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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2005

Credo

Creio em deus todo poderoso, criador do céu e da terra, do universo e de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio que o fez num único impulso criador, instantâneo e de dimensão cósmica; depois descansou. Toda a dimensão física individual que possa ter tido se extinguiu nesse impulso, tendo esta incorporado o ser das coisas, sejam elas matéria, antimatéria, radiação, energia, vazio, constantes, matemática; a sua divina essência é, e será, a intangível razão e destino do universo. Todas as tentativas de provar a sua existência são fúteis e desnecessárias. Deus, independentemente de ser ou não reconhecido, é; a prova cientifica da sua existência não poderá nunca acontecer porque onde há ciência não pode haver deus. Creio em deus livre e completo que recua à medida que a vida avança, porque assim o planeou e deseja. Deus que somos, que nos rodeia e que nos determina, mas que acima de tudo que se deixa moldar e que dá lugar à ciência, é o mesmo que salva o mundo e nos leva o filho atrop

Serei apenas eu?

Pergunto-me a que propósito nos entra em casa, de forma contínua, informação contraditória acerca da gripe das aves. Noto que de um noticiário para outro a gripe está mais perto da Europa, mais um pobre Indonésio morreu, diz-se que se julga que um Tailandês contaminou outro; a mutação, a tremenda mutação que de tão apregoada chega a parecer desejada. Acho sobretudo estranho que os jornalistas de televisão demonstrem verdadeiro pânico ao entrevistar médicos ou responsáveis pela saúde do país; parecem ficar indignados quando lhes é dito que o perigo é remoto e ainda intangível, forçam as questões e, invariavelmente, caem em contradição ou pior, no ridículo. Que nos dizem os especialistas? Que o vírus existe mas é um problema de saúde animal; que só se transmite de bicho para humano por contacto próximo (cuidado violadores de galinhas); que as pessoas infectadas não contagiam outras; que na eventualidade de uma mutação que permita ao vírus propagar-se entre humanos, a sua virulência será

O mundo sempre pula e avança.

A minha avó paterna nas suas Histórias Verdadeiras, contava-me ao deitar retratos da sua vida. Vida vivida num tempo distante do tempo de um menino nos anos 70 e a anos-luz do tempo que hoje vivemos. Certo dia contou-me algo que deixou o povo do Porto em alvoroço e foi causa de cheliques, achaques e fanicos. Disse-me ela: – Tinha ido ao Porto, como fazia todos os meses, quando, por volta das três da tarde, o céu começou a ficar escuro. Os pássaros tontos com a falta de luz voavam o mais rápido que podiam para as árvores em grande chinfrineira. As pessoas paravam nos passeios e nas ruas, voltavam-se umas para as outras sem saber o que dizer ou fazer. Passada uma meia hora, o dia ficou escuro como breu e até os carros que por vezes passavam tinham que acender as luzes. Muitos gritavam o fim do mundo, senhoras finas e do povo desfaziam-se em lágrimas e caíam desmaiadas. Outras mais tolas, berravam que era a fome, peste e guerra que se aproximavam. Uma leiteira chorava porque se lhe azedou