Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2007

Manual do Suicida - início

Notas prévias e importantes: 1º Este texto – e os que eventualmente lhe seguirão –, é um exercício de criatividade. Não pretende, nem poderá, retratar situações reais. 2º Este texto não existe fora da cabeça de quem o escreveu e esvanece no momento em que quem o lê termina cada palavra. 3º NÃO ACONSELHO NINGUÉM AO SUICÍDIO. Na minha opinião, é sempre melhor VIVER. Não procuro com este texto – ou outros –, levar, conduzir, apoiar ou encorajar o suicídio de quem quer que seja. 4º Se te queres matar, não deixes na carta que fui eu quem to aconselhou. Procura ajuda. VIVE! Suicídio (sui = a si mesmo; caedes = acção de matar), é a acção de pôr termo, de forma voluntária e consciente, à própria vida. Lembro-me de alguém ter dito que se uma coisa merece ser feita, merece ser bem feita. Por lealdade ao objecto bem feito, bem executado do início ao fim, devemos uma consensualidade quanto ao cuidado posto na sua criação. Pode não se gostar, pode não se aprovar mas, perante uma obra perfeita,

Carta a um padre

Padre, Não me conhece mas eu conheço-o a si, de o ver e ouvir aqui e ali e de ler um pouco do muito que tem produzido. Se o encontrasse na rua talvez o interpelasse para o cumprimentar, como se faz a uma vedeta e depois contar a outros a pequena vitória. Talvez parecesse assim, mas não o seria seguramente. Se o encontrasse e cumprimentasse, seria para lhe partilhar uma grande dor. A dor de um homem que acredita na mensagem de Cristo mas que não consegue aceitar a doutrina da Igreja. Tenho dois filhos, a pequena de poucos meses e o maior de poucos anos. Ele diz-me que não gosta da catequese, que não acredita em Deus. E eu que lhe digo? O que me foi dito, que Deus é o meu maior amigo, e já está? Que o baptizei para lhe expurgar o pecado original? O que queria mesmo dizer-lhe, é que Deus é indiferente aos destinos dos homens, que é omnipresente mas não omnipotente, que está para lá do universo. Ou então, queria dizer-lhe "Deus sive natura" e saber explicar-lho convenientemente.

Quem sou eu?

Foi então que parti à procura De segurança e sabedoria Tremendo ao sentir a’margura Que a nova ignorância trazia Mas que mente esta que tortura Que martela a todos os momentos Que pinta de amena loucura Os mais inocentes sentimentos Mas quem sou eu afinal Que jovem já não sou Se o corpo dói e passa mal Do tempo que por ele passou Quem sou eu afinal Se a alma vendi Ao grande vendaval Dos dias que perdi Filho, irmão, pai, marido Sou sempre de alguém Haverá em mim escondido Algo meu e de mais ninguém? Algo mais que esta figura Alta, magra e desligada Que perde a compostura Sempre que é acossada Alguém a quem se possa plantar um chavão que seja Doutor da pasta grossa Estúpido de fazer inveja E perante o fim vizinho Morre a vontade sem o saber Ou segue um errante caminho Até Deus ou até o que houver Que fazer à vontade de mais ser Quando os anos se vão escoando Devo reprimir o desejo e me perder? Devo levantar âncora e sair errando? Se me perco, me encontram Se me encontro, desapareço Se fi