Há coisas que faladas não são o que queremos; coisas que vistas não são o que parecem. A realidade, o sentido do mundo, está para além dos olhos e da ciência. Por muito que olhes e indagues, que investigues e experimentes, a razão, o sentido, o porquê está sempre para lá de mais e mais perguntas que a ciência tão diligentemente, se encarrega de encontrar. A cada onda vencida, dez se agigantam; como somos limitados, estruturamos, repartimos, racionalizamos; ganha a ciência, porque tem mais para desvendar, perde o sentido da vida, não da nossa, mas da Vida, toda, por nos afastarmos do divino. Por isso não olhes, liberta a mente, esvazia-a; deixa os juízos para traz. Desperta, sem as procurar, para as coisas pequenas; como porque os iranianos chamam Portugal às laranjas, como por detrás dos ritmos africanos do samba, está o fado; como o Markunis tinha a camisola do Rui Costa; como agradecem os japoneses. Coincidência, acaso, dizes; mas foi por acaso que o universo se fez, foi por acaso qu
um edifício mental construído para manter acesa a chama e reforçar a confusão