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A mostrar mensagens de junho, 2007

Asas

Observavam-nos a bater as asas num frémito desengonçado; ela, ainda na penugem, dava com elas no ar e pouco mais; mesmo assim, a força e a tenacidade postas na brincadeira, deixavam entrever uma lutadora; mais à borda, o mais velho ensaiava batimentos que produziam resultados; elevava-se uns centímetros acima do ninho mas logo fechava as asas ao sentir a falta dos gravetos e penas debaixo das garras que, por ora, ainda se podiam considerar fofas; quer um quer outro demonstravam segurança e potencial impensáveis à apenas uma geração; felizmente comuns nesta que se quer de um novo paradigma de conhecimento e de um muito velho paradigma de amor; a mãe voltou-se para fora do ninho e, com um suave impulso, mergulhou no abismo de pedra; ganhou velocidade e abriu as asas, fez uma curva para a esquerda e começou a subir, a subir, a subir; os três olhavam a mãe, lá em cima, num voo meigo e plácido, de bem com os ventos e com as correntes; era tão certa como o nascer do sol, segura e diligente,