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Serei apenas eu?

Pergunto-me a que propósito nos entra em casa, de forma contínua, informação contraditória acerca da gripe das aves. Noto que de um noticiário para outro a gripe está mais perto da Europa, mais um pobre Indonésio morreu, diz-se que se julga que um Tailandês contaminou outro; a mutação, a tremenda mutação que de tão apregoada chega a parecer desejada. Acho sobretudo estranho que os jornalistas de televisão demonstrem verdadeiro pânico ao entrevistar médicos ou responsáveis pela saúde do país; parecem ficar indignados quando lhes é dito que o perigo é remoto e ainda intangível, forçam as questões e, invariavelmente, caem em contradição ou pior, no ridículo.

Que nos dizem os especialistas? Que o vírus existe mas é um problema de saúde animal; que só se transmite de bicho para humano por contacto próximo (cuidado violadores de galinhas); que as pessoas infectadas não contagiam outras; que na eventualidade de uma mutação que permita ao vírus propagar-se entre humanos, a sua virulência será consideravelmente menor.

Que vemos? Que mães e avós deixaram de dar frango aos filhos e netos; que o medicamento que se diz eficaz no tratamento da gripe das aves está esgotado em Portugal e outros países europeus; Que os governos estão a gastar milhões de euros no armazenamento de elevadas quantidades de fármacos; que múltiplos órgãos de informação fazem campanha diária de amedrontamento e histeria.

Quem ganha com este estado de espírito; quem está a lucrar com a corrida aos medicamentos; quem está a receber subsídios para investigação?

Sei lá, poderão até conseguir criar o vírus que se propague entre humanos, não?

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