Tenho uma amiga que está de partida. Todos estamos de partida, é inevitável. Mas ela tem já próximo o horizonte e, sei lá, não estará já a distinguir coisas ínfimas e grandiosas no que para nós é fria linha, mundos novos, conhecidos de antigamente, os que ainda não existem, como tudo se encaixa tão bem. Tenho uma amiga que sem conhecer bem, me encantou, com que me sentava a almoçar, a sorrir, a planear terapias de riso, sorrindo. Conversávamos a sorrir, era sempre assim, sorrindo. Adeus Elisa, despeço-me aqui, sorrindo, antes de partires, sorrindo, antes do egoísmo supremo que é a dor de perder alguém. Vou ver-te à mesa, sorrindo, vou ver-te com o tabuleiro de chá na mão, sorrindo, vou ver-te a sorrir, sorrindo.
Pedro
Pedro
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